Atividade desenvolvida com o 7º ano, a partir da leitura de "O menino quadradinho", de Ziraldo.
- entender o que é intertextualidade
- identificar se a intertextualidade é implícita ou explícita
- escrever um texto dissertativo-argumentativo
- trabalhar um texto com introdução, desenvolvimento, conclusão
3 a 4 aulas
. Após a leitura completa da obra do Ziraldo, discutimos as referências que apareciam explicitamente no livro, como os personagens de histórias em quadrinhos, a menção no texto sobre Peter Pan, Emília, Dom Quixote, entre outros. Mostrei as famosas Propaganda Bombril e como este recurso foi usado por muitas vezes por meio da paródia.
. Por outro lado, ao analisar a página em que há um desenho do espaço sideral, os alunos não conseguiram relacionar a nada ainda visto, apesar de ser uma referência ao filme 2001: uma odisseia no espaço. No decorrer da obra, há outras intertextualidades implícitas, tais como a arte de Andy Warhol, o quadro No swimming, de Rockwell e trecho do "Soneto de Separação, de Vinícius de Moraes, por exemplo. Somente um leitor com conhecimento do texto original consegue perceber estas ligações.
. Em seguida, os alunos receberam a proposta:
A intertextualidade é um recurso estilístico que resgata referências de outros textos. Pode ser explícita ou implícita e, por esse motivo, nem sempre a reconhecemos. Por exemplo, foi fácil reconhecer o Mickey ou o Super-Homem - além de ler trechos da Bíblia, falar de Emília, Peter Pan e Dom Quixote - , mas há várias outras referências intertextuais implícitas, entre elas:
- Homenagem a artistas como Norman Rockwell, Moebius, Andy Warhol, Stanley Kubric e ao próprio Ziraldo.
- Referência ao poema “Soneto da Separação”, de Vinícius de Moraes.
. Esta atividade é muito desfiadora para este nível de escolaridade, pois os alunos estão acostumados a fazer narrativas e aqui é solicitado a eles um ensaio, que deve relacionar o que foi lido com as referências discutidas.
. Por ser desafiador, faço antes um esquema do que precisa constar de cada parágrafo*:
1) introdução: nome do livro, nome do autor, definição e tipos de intertextualidade
2) parágrafo 2: definir o que é implícita e dar exemplos, explicando-os
3) parágrafo 3: iniciar com um elemento de coesão (além de, por exemplo) ; definir o que é explícita e dar exemplos, explicando-os;
4) conclusão: iniciar com elemento de coesão (portanto, assim, desta forma), mencionar como a intertextualidade enriquece o texto E/OU falar da complexidade de uma obra, que possui muitas ideias que, muitas vezes, passam despercebidas pelos leitores.
* Depende da turma, mas o ideal é, no primeiro dia, explicar somente a introdução e pedir que eles escrevam somente esta parte, pois o texto todo acaba sendo muita informação para eles.
. Além do esqueminha, há a necessidade de um acompanhamento minucioso durante a produção. Separo a primera aula para que todos concluam a introdução. Assim que o aluno termina, ele mesmo coloca o seu nome no quadro e eu vou chamando-os para ler cada parágrafo. Corrijo já no ato e mostro o que ainda precisa ser colocado ou aprimorado, seja de conteúdo ou algum aspecto linguístico. O aluno senta-se, corrige e volta a colocar seu nome na lista para que eu verifique novamente...e assim vai até que o texto esteja 'perfeito'.
. Na segunda aula, explico os parágrafos de desenvolvimento novamente (ou pela primeira vez, dependendo como você decidiu fazer). Esta explicação passa necessariamente por uma elaboração oral do texto. Mesma estratégia para verificar o andamento da escrita: conforme vão terminando, escrevem o nome no quadro e eu vou chamando. E assim vai até a conclusão da atividade.
. Prefiro este jeito, para evitar filas na minha mesa e também porque desta fora eles podem ir trabalhando no restante do texto enquanto aguardam, ou seja, eles não ficam sem fazer nada enquanto estou ocupada com os outros. Este esquema tem funcionado bem para turmas de 20, 22 alunos, Para turmas maiores ainda não testei.
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Uso sempre uma tabela de critérios de avaliação para a escrita. Conforme diz o documento, cada categoria pode valer até 4 pontos. Se preferir, use 25 pontos para cada uma.
Abaixo, dois exemplos: o primeiro texto muito bem feito, sendo que os parágrafos do meioforam individuais; o segundo, um aluno que fez sozinho, com menos argumentos, mas que conseguiu captar a ideia.
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